UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA -
UNEB
Departamento de
Ciências Humanas – DCH VI
FOUCAULT:
O DISCURSO E A ARQUEOLOGIA DOS SABERES
Gregolin, Maria do
Rosário. Foucault e Pêcheux na
construção da análise do discurso: diálogos e duelos/ Maria do Rosário
Gregolin- São Carlos: Clara Luz, 2004. 210 p.
Leanne de Jesus Pereira Castro
2.5.
O limiar entre o discurso, o agenciamento do saber e as regulações do poder: A
ordem do discurso (1971a) - (p. 96-103)
“[...] em A ordem do discurso Foucault desenvolve
a ideia de que em nossa civilização, apesar de venerar o discurso, tem por ele
uma espécie de temor. Como consequência criaram-se sistemas de controle
instituídos de forma a dominar a proliferação dos discursos ” (p. 96-97)
Em
vista disso a produção do discurso foi selecionada e redistribuída por certos
procedimentos que visam controlar a circulação dos discursos na sociedade.
“No primeiro grupo de
princípios de controle, que Foucault denomina procedimentos externos, estão incluídas a interdição, a segregação
e a vontade de verdade. ” (p.97)
Cada
um desses procedimentos tem uma função determinada no meio social, a interdição
por exemplo, determina que não é qualquer um que pode falar de qualquer coisa.
Outro procedimento também muito importante ressaltado por Foucault e que
Gregolin reforça em seu texto, é a vontade de verdade, essa se torna cada vez
mais forte no meio social, no entanto dela quase não se fala.
“Quanto ao segundo grupo
de princípios de controle do discurso, Foucault os denomina procedimentos internos, pois ‘são os
discursos eles mesmos que exercem seu próprio controle’ (1996, p.21). “ (p. 98)
Os procedimentos internos são formados pelo autor,
comentário e disciplina. Comentário permite que seja dito no texto o que não
havia sido dito antes, ou seja no comentário é que novos discursos aparecem. Já
o autor não é visto no trabalho de Foucault como o indivíduo que escreveu o
texto, mas como uma função discursiva, por isso a atenção do analista se volta
para os enunciados criados pelo autor, pois são eles que permitem a irrupção
dos discursos.
“[...] a investigação arqueológica, pensada
como “uma das linhas de combate para a análise das performances verbais”, não
se refere nem a um ‘sujeito individual” nem a “qualquer coisa como uma
consciência coletiva ou uma subjetividade transcendental’”. (p.100)
Nesse sentido, a arqueologia de Foucault, não centra suas
investigações naquele que fala, pois, os enunciados são formações históricas
que se interpenetram uns nos outros, por isso eles precisam estar inscritos em
um mesmo campo de relações, pertencerem a um mesmo domínio de objetos.
“Pensando o sujeito como
uma figura discursiva, Foucault (1969d), trata do efeito autoria, entendendo-o como uma instalação, no discurso, da
evidencia de um sujeito submetido ás múltiplas determinações que organizam o
espaço social da produção dos sentidos. ” (p.102)
Nessa perspectiva, é relevante olhar as condições de
produção, dos textos produzidos por esses autores, uma vez que, esses são
constituídos historicamente. Assim, o autor não é mais visto como sujeito
indivíduo e sim, fazendo parte da constituição dos discursos emergidos em seus
textos.
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